sábado, 19 de junho de 2010

Apague a luz, vamos fugir daqui
Nós dois correndo morrendo de rir
Dane-se o mundo ao nosso redor
Vamos de encontro ao nada Correndo pela estrada
Sempre na mesma direção.

Vem pro meu lado
Já não importa mais futuro ou passado
O que nos resta é o aqui e o agora
O que os outros pensam nós jogamos fora

...

Do dia claro
Num momento raro
É assim e sempre seja assim
Que não se acabe nunca
E não mude jamais

| Darvin


Nunca imaginei que iria encontrar alguem assim...um amigo,garoto. E ja faz um tempo... Por muitas vezes,Ele é tudo que eu tenho ,tudo que eu tenho pra amar e tudo que eu não posso ter. É o que existe de melhor em mim! Não há duvidas de que a relação mais intensa que ja tive na minha vida inteira foi essa! Eu nunca briguei tanto com alguem assim.Talvez seja o signo...Talvez sejamos parecidos demais,sei lá...Surgiu na minha vida num momento que eu precisava de alguem,que me fizesse tão bem ao ponto de esquecer qualquer outra coisa que me fizesse muuito mal naquele momento. Ele é essa pessoa e conseguiu fazer tal façanha com habilidade incomum,digamos assim. Eu preciso dele.Talvez o exceço de amor que eu dou a ele por muitas vezes o tenha feito se cansar...’minha paixão,meu segredo’ éé...ele me chama assim as vezes! Paramos de nos falar por coisas bobas e aconteceram vaaarias vezes! E eu quase tinha certeza de que não voltariamaos a nos falar...Mas sempre voltamos,seempre.
Ainda assim...eu perguntava as pessoas por ele,se ele tava bem...enfim. É dificil descrever... mesmo que eu tente,mas ninguem melhor que eu e Ele sabemos de tuuudo que se passou entre todos esses anos,e o sentimento que sempre esteve entre eu e ele. Em cada olhar,em cada abraço que falava por nós...e qualquer momento mais banal possivel que teve um significado imenso,que não dá pra explicar. Muiito mais que um amigo,ele é um presente...é meu vício,meu pecado,minha desgraça,é tudo que eu tenho de melhor,é meu erro....não consigo ver outro caminho em que ele não esteja presente. Bem, muitas vezes...as coisas só estavam bem pra mim se nós dois estivessemos bem.Faço ele me prometer inumeras coisas,pra ter a certeza de que ele não vá me esquecer... Eu insisto em mostrar que o amo,mesmo ele ja sabendo disso e quando eu recebo isso de volta é como se ganhasse um jogo. Eu guardo TUDO comigo,cada sensção e fico feliz que as coisas hoje sejam mais normais,digamos assim. E...sou grata imensamente por ter tido previlegio de ser alguem tão proxima a você, a ponto de poder ter te escutado falar dos sentimentos e das suas fragilidades.E pode passar o tempo que for o jeito que a gente conversa,
com meias palavras...ainda expressa tamanho amor.Acho que isso merecia um texto melhor,mas foi o que consegui ;/

Eu te amo demais , você sabe disso , sabe que vai muito além do que qualquer amizadezinha por ai , nós sabemos o que se passa por dentro e por fora de nós dois , podemos não estar presente em corpo todos os dias , mas ao menos nos meus pensamentos , você é presente 24 horas !

sábado, 5 de junho de 2010


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Passei a acreditar que pessoas não precisam ser “ posse “ uma das outras pra serem completas (amorosamente falando), acredito que amores são amores a partir de um momento que se entregam , seja lá por 2 minutos ou por anos . Olhares , mensagens , músicas . Palavras , brincadeiras , toques . Amor , paixão , amizade . Misturas apenas , daquele jeito que só sabemos passando . Podemos dizer que quando passamos por momentos pelo qual nos apaixonamos acabamos entregando não só nosso coração , mas nossos pensamentos e nossa alma , pois aquela “ pessoa “ passa a ser parte do nosso corpo , do nosso dia a dia .
Eu não desejei uma pessoa perfeita pra estar ao meu lado , só desejei o melhor que poderia ser pra mim , não fiz nenhuma projeção de amor surreal , mas achei que deveria ter o meu encaixe , jamais pensaria em passar por algo realmente novo , não pensei que poderia ser criança ao ponto de me divertir com bobagens , mas consegui enfeitar meu mundo , fazer dele uma só fantasia , depois que você apareceu . Chega perto e deixa tudo mais claro , mais quente , mais vermelho ,mais bobo , mais engraçado , mais fofo , mais romântico ! Consigo definir olhares e palavras , só não consigo entender como eu não acreditava em destino , como não acreditava em alguns amores ,até você chegar e mudar toda minha concepção , vi que o destino pode sim , apresentar , arrumar e conseguir formar uma história .
Pode ser que agora chegue a tudo se perder no espaço , perder o sentido , e a emoção , mas as mãos , os lábios , olhos e cada parte do meu corpo , vai ter uma parte sua , e teu corpo vai estar aqui gravado , guardado , fixado em mim !
| Paloma Ferreira

sexta-feira, 4 de junho de 2010

O amor não acaba, nós é que mudamos

Um homem e uma mulher vivem uma intensa relação de amor, e depois de alguns anos se separam, cada um vai em busca do próprio caminho, saem do raio de visão um do outro. Que fim levou aquele sentimento? O amor realmente acaba?

O que acaba são algumas de nossas expectativas e desejos, que são subtituídos por outros no decorrer da vida. As pessoas não mudam na sua essência, mas mudam muito de sonhos, mudam de pontos de vista e de necessidades, principalmente de necessidades. O amor costuma ser amoldado à nossa carência de envolvimento afetivo, porém essa carência não é estática, ela se modifica à medida que vamos tendo novas experiências, à medida que vamos aprendendo com as dores, com os remorsos e com nossos erros todos. O amor se mantém o mesmo apenas para aqueles que se mantém os mesmos.

Se nada muda dentro de você, o amor que você sente, ou que você sofre, também não muda. Amores eternos só existem para dois grupos de pessoas. O primeiro é formado por aqueles que se recusam a experimentar a vida, para aqueles que não querem investigar mais nada sobre si mesmo, estão contentes com o que estabeleceram como verdade numa determinada época e seguem com esta verdade até os 120 anos. O outro grupo é o dos sortudos: aqueles que amam alguém, e mesmo tendo evoluído com o tempo, descobrem que o parceiro também evoluiu, e essa evolução se deu com a mesma intensidade e seguiu na mesma direção. Sendo assim, conseguem renovar o amor, pois a renovação particular de cada um foi tão parecida que não gerou conflito.

O amor não acaba. O amor apenas sai do centro das nossas atenções. O tempo desenvolve nossas defesas, nos oferece outras possibilidades e a gente avança porque é da natureza humana avançar. Não é o sentimento que se esgota, somos nós que ficamos esgotados de sofrer, ou esgotados de esperar, ou esgotados da mesmice. Paixão termina, amor não. Amor é aquilo que a gente deixa ocupar todos os nossos espaços, enquanto for bem-vindo, e que transferimos para o quartinho dos fundos quando não funciona mais, mas que nunca expulsamos definitivamente de casa.

OS VIRGENS

Sou virgem e meu signo é libra. Sou solteira e sou virgem. Tão virgem quanto você.

Quando falamos em virgindade, logo pensamos em sexo, e a partir do dia que o experimentamos, o mundo parece perder seu mistério maior. Não somos mais virgens! Que grande ilusão de maturidade.

Virgindade é um conceito um tanto mais elástico. Somos virgens antes de voltar sozinhos do colégio pela primeira vez. Somos virgens antes do primeiro gole de vinho. Somos virgens antes de ver Paris. Somos virgens antes do primeiro salário. E podemos já estar transando há anos e permanecermos virgens diante de um novo amor.

Por mais que já tenhamos amado e odiado, por mais que tenhamos sido rejeitados, descartados, seduzidos, conquistados, não há experiência amorosa que se repita, pois são variadas as nossas paixões e diferentes as nossas etapas, e tudo isso nos torna novatos.

As dores, também elas, nos pegam despreparadas. A dor de perder um amigo não é a mesma de perder um carro num assalto, que por sua vez não é a mesma de perder a oportunidade de se declarar para alguém, que por outro lado difere da dor de perder o emprego. Somos sempre surpreendidos pelo o que ainda não foi vivido.

Mesmo no sexo, somos virgens diante de um novo cheiro, de um novo beijo, de um fetiche ainda não realizado. Se ainda não usamos uma lingerie vermelha, se ainda não fizemos amor dentro do mar, se ainda cultivamos alguns tabus, que espécie de sabe-tudo somos nós?

Eu ainda sou virgem da neve, que já vi estática em cima das montanhas, mas nunca vi cair. Sou virgem do Canadá, da Turquia, da Polinésia. Sou virgem de helicóptero, Jack Daniels, revólver, análise, transa em elevador, LSD, primeira classe, Harley Davidson, rafting, show do Lenny Kravitz, siso e passeata. A virgindade existencial nos acompanha até o fim dos nossos dias, especialmente no último, pois somos todos castos frente à morte, nossa derradeira experiência inédita. Enquanto ela não chega, é bom aproveitar cada minuto dessa nossa inocência frente ao desconhecido, pois é uma aventura tão excitante quanto o sexo e não tem idade pra acontecer.


Você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes do Woody Allen, do Hal Hartley e do Tarantino, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem o seu valor. É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettuccine ao pesto é imbatível. Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desses, criatura, por que diabo está sem namorado?

Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados. Não funciona assim. Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não-fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo à porta. O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar. Costuma ser despertado mais pelas flechas do Cupido do que por uma ficha limpa.

Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai ligar e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário, ele adora o Planet Hemp, que você não suporta. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado, mas você não consegue despachá-lo. Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita de boca, ele adora animais, ele escreve poemas. Por que você ama esse cara? Não pergunte pra mim.

Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou murchar, você levou-a para conhecer sua mãe e ela foi de blusa transparente. Você gosta de rock e ela de MPB, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina o Natal e ela detesta o Ano-Novo, nem no ódio vocês combinam. Então? Então que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.

Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são referências, só. Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca. Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera. Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo o que o amor tem de indefinível. Honestos existem aos milhares, generosos tem às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó. Mas só o seu amor consegue ser do jeito que ele é

DOR FÍSICA X DOR EMOCIONAL


O maior medo do ser humano, depois do medo da morte, é o medo da dor. Dor física: um corte, uma picada, uma ardência, uma distenção, uma fratura, uma cárie. Dor que só cessa com analgésico, no caso de ser uma dor comum, ou com morfina, quando é uma dor insuportável. Mas é a dor emocional a mais temível, porque essa não tem medicamento que dê jeito.

Uma vez, conversando com uma amiga, ficamos nessa discussão por horas: o que é mais dolorido, ter o braço quebrado ou o coração? Uma pessoa que foi rejeitada pelo seu amor sofre menos ou mais do que quem levou 20 pontos no supercílio? Dores absolutamente diferentes. Eu acho que dói mais a dor emocional, aquela que sangra por dentro. Qualquer mãe preferiria ter úlcera para o resto da vida do que conviver com o vazio causado pela morte de um filho.

As estatísticas não mentem: é mais fácil ser atingida por uma depressão do que por uma bala perdida. Existe médico para baixo astral? Psicanalistas. E remédio? Anti-depressivos. Funcionam? Funcionam, mas não com a rapidez de uma injeção, não com a eficiência de uma cirurgia. Certas feridas não ficam à mostra. Acabar com a dor da baixa-estima é bem mais demorado do que acabar com uma dor localizada.

Parece absurdo que alguém possa sofrer num dia de céu azul, na beira do mar, numa festa, num bar. Parece exagero dizer que alguém que leve uma pancada na cabeça sofrerá menos do que alguém que for demitido. Onde está o hematoma causado pelo desemprego, onde está a cicatriz da fome, onde está o gesso imobilizando a dor de um preconceito? Custamos a respeitar as dores invisíveis, para as quais não existem prontos-socorros. Não adianta assoprar que não passa.

Tenho um respeito tremendo por quem sofre em silêncio, principalmente pelos que sofrem por amor. Perder a companhia de quem se ama pode ser uma mutilação tão séria quanto a sofrida por Lars Grael, só que os outros não enxergam a parte que nos falta, e por isso tendem a menosprezar nosso martírio. O próprio iatista terá sua dor emocional prolongada por algum tempo, diante da nova realidade que enfrenta. Nenhuma fisgada se compara à dor de um destino alterado para sempre.
Para que serve um amigo? Para rachar a gasolina, emprestar a prancha, recomendar um disco, dar carona pra festa, passar cola, caminhar no shopping, segurar a barra. Todas as alternativas estão corretas, porém isso não basta para guardar um amigo do lado esquerdo do peito.

Milan Kundera, escritor tcheco, escreveu em seu último livro, "A Identidade", que a amizade é indispensável para o bom funcionamento da memória e para a integridade do próprio eu. Chama os amigos de testemunhas do passado e diz que eles são nosso espelho, que através deles podemos nos olhar. Vai além: diz que toda amizade é uma aliança contra a adversidade, aliança sem a qual o ser humano ficaria desarmado contra seus inimigos.
Verdade verdadeira. Amigos recentes custam a perceber essa aliança, não valorizam ainda o que está sendo contruído. São amizades não testadas pelo tempo, não se sabe se enfrentarão com solidez as tempestades ou se serão varridos numa chuva de verão. Veremos.


Um amigo não racha apenas a gasolina: racha lembranças, crises de choro, experiências. Racha a culpa, racha segredos.
Um amigo não empresta apenas a prancha. Empresta o verbo, empresta o ombro, empresta o tempo, empresta o calor e a jaqueta.
Um amigo não recomenda apenas um disco. Recomenda cautela, recomenda um emprego, recomenda um país.
Um amigo não dá carona apenas pra festa. Te leva pro mundo dele, e topa conhecer o teu.
Um amigo não passa apenas cola. Passa contigo um aperto, passa junto o reveillon.
Um amigo não caminha apenas no shopping. Anda em silêncio na dor, entra contigo em campo, sai do fracasso ao teu lado.
Um amigo não segura a barra, apenas. Segura a mão, a ausência, segura uma confissão, segura o tranco, o palavrão, segura o elevador.

Duas dúzias de amigos assim ninguém tem. Se tiver um, amém.