sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Como um quadro de Picasso...

“A gente sempre foi esse tipinho qualquer. Você nunca foi diferente, mas eu sempre dei os meus pulos pra te tornar diferente. Você é esse tipinho qualquer, que qualquer pessoa sabe que a coisa certa é ficar longe. O problema é que eu sempre fui o tipo que procura um cara certo, calmo e um cara que não tenha um perfume que cheire a encrenca. Mas até o seu andar diz quão problema você é. Eu sou afastada. Eu nunca fui do tipo que fala de amor, que vive um romance clichê e essas coisas. Eu sempre fui do tipo “vou embora sexta-feira”. E não me arrepender depois de ir. Eu fujo do que eu sinto porque eu costumo sentir coisas muito maiores do que eu. Eu tive certeza disso depois que você apareceu. Você me disse que não sabia ficar, e eu te disse que não tinha problema. Porque sexta-feira eu iria embora, como sempre. E na sexta, você disse que sabia como dar um jeitinho pra ficar. Um jeitinho do seu estrago. E eu fiquei, meu Deus, eu fiquei. Eu fiquei e deixei você dar seu jeito, sem deixar você notar que eu também tava dando o meu. O meu jeito era certo, e o seu jeito era errado. Você sabe, alguém precisava ser pelo menos um pouquinho certo. Eu nunca fui, mas perto de você eu até consegui ser. E quem não seria? Sabe qual o problema? Eu te fiz de parede, te fiz… Minha muralha da China. Eu apostei tudo em você, logo em você. Eu sabia que não daria certo, até porque ambos somos errados. Não no sentido literal, somos errados um pro outro. Dois bicudos não se beijam, cara. Eu tenho medo de ser transparente e te transformar num espelho, onde eu me veja refletida em você. Você sabe que eu sou ruim, mas se eu começar a ser mais você do que eu… O resultado? Um rabisco num papel amassado. Porque você sabe, eu e você não damos certo pra uma pintura. Talvez a gente até se encaixe numa do Picasso, só porque ninguém entende, não tem sentido e muito menos lógica. Solução então, putz… Um quadro do Picasso nunca teve, mas acho que seria possível. Mas meu otimismo acaba no Picasso, porque solução pra nós dois… Putz. É impossível. Porque você é completamente difícil, e eu não alivio.” (Via: Poetizar)

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