Aprendi a sobreviver nessa sociedade, desisti de algumas das minhas idéias e acabei por aceitar outras. Aprendi a ser individualista e a pensar em mim antes do coletivo, prentendo entar em alguma faculdade, começar a trabalhar e ser bem sucedida. Mas sinto que tudo que aprendera e tudo o que ainda aprenderei, me fazem uma pessoa melhor - e jamais me sera repassado. E se me veres caminhando hoje por ai, com o fone nos ouvidos, podes até vir a pensar que sou só mais uma, mas nunca poderá imaginar os lugares por onde andei, os amores que vivi e nem as cores que já inventei.
Sim, a tecnologia é mesmo fantástica, só que hoje eu queria sumir com você para um lugar onde não pegue o celular, não pegue a internet, não pegue a televisão, mas que a gente, em compensação, se pegue muito. Sim, sim, música eletrônica é demais, celebrar a vida com os amigos é genial, pular bem alto é sensacional. Mas será que a gente não pode colocar um Cartola bem baixinho na vitrola e dançar sozinhos no escuro, só hoje? Será que a gente não pode parar de adjetivar o mundo e se sentir um pouco?
Eu procuro você desde o dia em que nasci. Não, eu não dependo de você nem para andar e nem para ser feliz, mas como seria bom andar e ser feliz ao seu lado.
Eu quero o brilho nos olhos, o beijo roubado, o sorriso inocente, e as cores do arco-íris. Eu quero pintar de infinito as paredes do meu quarto, quero as nuvens e os pássaros, quero todas as flores que eu possa coletar. Quero palavras bonitas para brincar, quero o amor mais sincero, quero a verdade, quero os acordes mais belos e as canções mais singelas. Quero gotas do orvalho da manhã para perfumar o mundo, quero borboletas na minha janela e joaninhas no meu jardim. Eu quero o friozinho gostoso na barriga, quero ver filme embaixo do cobertor, quero rir das piadas mais bobas...
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