sábado, 5 de dezembro de 2009

Cá entre nós amiga ...


Querida ...
Ultimamente fizemos parte uma da vida da outra, da maneira mais idiota possível. Por outro lado, foi bom ter alguém interessante para detestar entre tantas pessoas a quem, obrigatoriamente deveria tratar bem e dedicar salamaleques, muito mais falsos do que as nossas desavenças. Afinal, porque começamos essa guerrinha particular, mesmo? Sabe que nem lembro? Verdade, estive tão empenhada em me deixar irritar e atingir você, que esqueci exatamente quando tudo começou.
Muito provavelmente tenha sido um daqueles comentários desastrados, que podemos ter feito junto de alguém que vive de ‘leva e traz’ e que finge nutrir amizade por ambos. Que esperto, heim?..Muito mais que nós duas, que perdemos tanto tempo com esse lero-lero, cutucando as feridas, uma da outra. Que chatice. Quer saber a verdade? Cansei!
Da mesma forma que cansei do videokê, das aulas de inglês, drenagem linfática, alimentação natural, política, dieta dos pontos e do ‘Cem Anos de Solidão’, ufa! ‘Can-sei’ de tentar entender cada lance dessa inimizade inexplicável e burra, como quase toda inimizade. O que antes era adrenalina, agora é ‘boring’. Nossa partida de xadrez durou tempo demais e tornou-se fonte de bocejos infindáveis.
Portanto, caríssima, jogo a toalha; peça ao juiz que conte (com rapidez, por favor!) até dez e o declare vencedor dessa cisma besta. È isso aí, você venceu!
Não estou pedindo arrego, não senhora;
A inimizade, esse elo muito mais forte que o apreço, foi substituída pela indiferença e desta, não há retorno confiável.
Portanto, antes de nos tornarmos desconhecidos, reconheço-me derrotada. E aliviada. Estou cansada e sem a mesma energia de antes, até para implicar com alguém, ainda mais com você. Perdoe-me obrigá-la a aceitar meu desfraldar de bandeirolas brancas e rendadas, como lingeries desejadas; não quero mais brigar por algo ou alguém que não valha a pena.
Talvez, lá no fundo, essa seja a minha maior vingança; obrigá-la a escolher outra pessoa para irritar e divertir-se. Seja lá o que for, quero que tenha certeza que não ligo a mínima, pois isso não me causa mais nenhum ‘frisson’. Poupe-se de mostrar-me sua roupa nova ou de tentar ‘chupar’ a barriga . Suas conquistas nunca me incomodaram, para você que acha que eu vejo a humanidade me invejando , até mesmo você , que coisa!

Siga seu caminho, pois vou procurar o meu. Fique a vontade para me cumprimentar ou não, tanto faz. Eu? Estou ensaiando um novo hobby, fora desse mundinho sem graça e louco !
Cordialmente (acredite!).

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