sexta-feira, 9 de março de 2012

Dei uma morrida, beijos



Quanto mais converso com amigos parecidos comigo, mais entendo que ninguém prova um sentimento que alguém já não tenha experimentado.
Eu sinto demais. Sinto muita coisa por um monte de pessoas, por um monte de coisas. Tudo ao mesmo tempo.
Sempre achei isso bom, eu gosto de sentir e odeio com todas as letras a palavra vazio.

Não sei se é uma reação de quem é assim como eu, mas percebo que muita gente gosta de "dar uma morrida" de vez em quando.
Não é uma morrida relacionada à depressão, tristeza ou afins. É apenas um esgotamento. Um isolamento instantâneo. Um descanso merecido do corpo, da alma, dos pensamentos.

Faz tempo que eu aderi. Silenciosamente me retiro do tempo e espaço presente, ligo o modo "no momento não estou", fecho a casa, desligo a tv, não estudo, não atendo telefone, faço milhões de bebidas quentes e fico vagando de pijama da cama pro sofá. A cara mais lavada possível, em meio a um clima de silêncio absoluto.

Alterno dias de muita agitação e dias de isolamento por pura necessidade. Uma vontade mega de ser duas em uma só. Uma remissão dos pecados. Como se a vontade de morar em outro mundo por uns dias fosse atendida através de um presente que eu dou a mim mesma: tempo. Uma retirada de campo, pra voltar à rotina com mais vontade, menos cansada, mais radiante e com aquela saudade que faz revitalizar.

Às vezes, um dia já basta pra satisfazer todas as necessidades da alma. Uma terapia barata, eficiente e rápida. Acaba quando a gente enche o saco do tédio, faz a unha, arruma a casa, o cabelo e compra uma roupa linda. Renasce das cinzas (que nem eram tão cinzas assim) e começa um mundo novo, com outro colorido, com outros olhos e outra cabeça. Simples assim.

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